Lula chama Operação Contenção de “desastrosa” e pede investigação independente no Rio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “desastrosa” a Operação Contenção, deflagrada em 28 de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, e afirmou nesta terça-feira (4/11/2025) que o governo federal vai pressionar por uma investigação independente. A ação policial, que mirou a facção Comando Vermelho, é apontada como a mais letal da história do estado, com pelo menos 121 mortos — entre eles quatro policiais — segundo balanços oficiais.
O que Lula disse e o que muda agora
Em entrevista a jornalistas, Lula afirmou que “o dado concreto é que, do ponto de vista da ação do Estado, a operação foi desastrosa”, reforçando que a ordem judicial era de prisão, “não de matança”. O Planalto deve articular, junto a órgãos federais e estaduais, mecanismos de apuração independente para esclarecer a conduta policial e eventuais abusos. O tema ganhou peso político e internacional às vésperas da COP30, em Belém, elevando a cobrança por transparência.
O que foi a Operação Contenção: números, alvos e controvérsia
A operação mobilizou cerca de 2,5 mil agentes e tinha como objetivo cumprir 100 mandados contra lideranças do tráfico. O saldo foi uma mortandade inédita em ações do estado, com relatos de execuções, corpos retirados de área de mata por moradores e denúncias de tortura. O governador Cláudio Castro, porém, defendeu a operação e a classificou como “sucesso”, afirmando que os investigados eram criminosos e que o estado vive um quadro de guerra com o crime organizado. Paralelamente, houve prisões e apreensão de mais de 100 armas e grande quantidade de drogas, segundo as forças de segurança.
Próximos passos: investigação, pressão internacional e disputa de narrativas
A Organização das Nações Unidas e entidades de direitos humanos pediram apuração célere, independente e proteção a testemunhas. Em paralelo, protestos e vigílias ocorreram na capital fluminense, enquanto o governo do estado reforça a versão de que a ação foi necessária para desarticular o crime. No Congresso, comissões acompanham o caso e discutem a criação de protocolos mais rígidos para operações em áreas densamente povoadas. No curto prazo, a tendência é de perícia ampliada, identificação das vítimas e investigações sobre a legalidade dos atos praticados durante a operação.
Resumo prático: Lula chamou a Operação Contenção de “desastrosa” e vai pressionar por investigação independente. A ação, com 121 mortos, virou caso nacional e internacional, dividindo governo estadual e federal e recolocando a política de segurança do Rio no centro do debate.